terça-feira, 13 de agosto de 2013

Muitos são chamados, e poucos são os escolhidos.



Quando a vocação não é compreendida: Desistir ou prosseguir? 

Vivemos num mundo cada vez mais distante de Deus, do seu amor e missão. Tudo aquilo que envolve a Fé passou a ser enxergado por muitos como loucura ou falta de opção, rótulos são dados aos que optam por viver única e exclusivamente para o Amado, vítimas muitas vezes de um preconceito descabido, não recebem apoio e proteção daqueles que deveriam ser os verdadeiros alicerces, a própria família.

Mas o que fazer quando a vocação existe e não somos compreendidos por nossos pais? Desistir e tocar a vida, ou lutar mesmo que nos falte forças? Eis um grande dilema que se passa com muitos vocacionados e vocacionadas, a decisão de ser de Deus independente do que venhamos a sofrer. O amor sentido por eles e seu cuidado acabam em alguns casos atrapalhando nossos caminhos e objetivos, não fazem por maldade ou mesquinhez, mas por amor e zelo, o medo de nos perder não os possibilita contemplar a beleza de uma vocação, desse chamado de Deus que ciumentamente nos quer pra Ele. Causando em inúmeros casos brigas e desentendimentos, abrindo margem para que ressentimentos aflorem e os corações se magoem.

Cada caso é único, sendo assim não existe um conselho que possa ser dado que vá servir como um molde perfeito encaixando-se em toda e qualquer história, todavia existe algo que funciona em toda e qualquer situação, o Amor. Sim, o Amor em doses exageradas de compreensão e oração, o amor que devemos sentir por eles independente da reação com nosso chamado, vencer por amor e com amor essa deve ser nossa meta, só assim conseguiremos ultrapassar esses momentos de dificuldade vocacional. Talvez no começo não tenhamos uma resposta positiva, talvez a única opção ofertada seja a de seguir mesmo sem a aprovação, mas não nos preocupemos por mais que a dor nos tome, afinal Deus não nos tomaria pra Ele sem antes cuidar das nossas famílias, frequentemente embaladas e tomadas pela saudade.

Vejamos o exemplo de Santa Teresa de Jesus, que obteve uma reação negativa do pai, no livro da vida ela nos dá o seguinte relato: "Ele me amava tanto que de nenhuma forma pude convencê-lo nem foram suficientes os pedidos de pessoas que procurei para que falassem com ele. O máximo que se pôde convence-lo foi que, quando acabassem os seus dias, eu faria o que quisesse". (Livro da Vida, Capítulo 3 -Página 49).

E continua retratando a dor que sentiu ao sair de casa, mesmo sem o consentimento do Pai amado:

"Quando saí da casa do meu pai , não creio que será maior o sentimento quando eu morrer. Porque me parecia que cada osso se me arrancava por si mesmo, pois, como eu não tinha amor de Deus que tirasse o amor por meu pai e parentes, era tudo fazendo um esforço tão grande que, se o Senhor não tivesse me ajudado , não bastaria as minhas considerações para ir adiante". (Livro da Vida, Capítulo 4- Página 50).

Longe de querer que decisões sejam tomadas sem o consentimento familiar, afinal cada vocacionado (a) tem um acompanhamento espiritual e pessoas que o auxiliam, estamos apenas expondo o que uma das maiores Santas e doutoras da nossa Igreja passou. Vale salientar que após algum tempo o pai de Teresa aceitou sua vocação, não se opondo ao seu chamado divino. Sejamos fortes por mais que a fraqueza humana prevaleça, por mais que em alguns momentos desanimemos e nos questionemos se vale a pena realmente entregar-se ao nosso Amado, permaneçamos perseverantes.

Que Nosso Senhor e sua Mãe Maria Santíssima intercedam pelas Vocações, nesse mês de Agosto onde nossa Igreja contempla os vocacionados.

Por Vanessa Cavalcante.

FONTE: Flores do Carmelo 
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=622539587767689&set=a.506834206004895.106909.506822306006085&type=1&theater

Um comentário:

  1. Estive a ver e ler algumas coisas, não li muito, porque espero voltar mais algumas vezes, mas deu para ver a sua dedicação e sempre a prendemos ao ler blogs como o seu.
    Gostei de tudo o que vi e li.
    Vim também desejar muita paz,saúde e grandes vitórias.
    São os votos do Peregrino E Servo.
    Abraço.

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